29 de julho de 2011

Diário - 17º Registro...

Meu Deus...essa é a primeira vez que eu escrevo aqui depois do que aconteceu...
Parece que tudo o que eu vivi está a anos de distância...que meu lar está em um lugar impossível de se chegar agora,o que de certa forma,é verdade.
Acho que fazem uns 15 dias que saí da escola,e provavelmente,todas as pessoas que estavam lá já morreram.
Eu não tive a mesma sorte...já que agora,estou em um grupo de sete pessoas,e nenhuma é da minha família.


Sou um moleque de 14 anos sem a família no meio do inferno,trancado num prédio abandonado,e sem saber se vou sair vivo daqui...de repente,a morte parece tão tentadora...
Praticamente tudo corria o risco de fracassar,e foi justamente o que aconteceu.Seria cômico se não fosse trágico.
Depois de abrirem o portão da escola,uma pequena caravana saiu de lá,com 3 carros,sendo que o primeiro era uma Hilux,onde todos se espremiam na caçamba,junto com Carlos,que estava com o seu inseparável fuzil,mirando para todos os lados.
Logo depois veio o carro da minha família,um Uno com 5 pessoas além de mim e a cadelinha.
E o último carro era um Gol modelo antigo,dos "quadrados",que era até bonito.
Eram 3 latas cheias de carne para os infectados.
Andamos por toda a avenida Aricanduva,e pelo começo da Radial Leste,mas passando pela estação de metrô Carrão,uma multidão já ocupava a maior parte da pista,e entre desvios,e batidas nos vidros,conseguimos passar por aquele trecho...acho que a Hilux ainda deve ter algumas manchas de sangue em sua lataria.
Depois andamos mais algumas centenas de metros e apesar do trecho estar livre,alguns infectados ainda ficavam nos cantos da pista,e justamente um deles conseguiu entrar na frente do Gol,que arrancou suas pernas e seu tronco ficou em cima do pára brisas,e o carro perdeu o controle e girou na pista,lançando-o longe.
O carro ficou parado e nós paramos também.
Antes de saírmos para ajudá-los,Carlos já disparava contra os infectados que se aproximavam do carro.
Depois,nós fomos até lá e ajudamos as pessoas que estavam no carro a descer.
Quem saía,pulava na caçamba da Hilux,que ficou cheia.
Quando agente já voltava,fiquei por último,e no desespero do momento,fecharam as portas do Uno comigo do lado de fora.
Naquela hora,só tive o pensamento de pular na caçamba.
Com toda a confusão,não percebemos que mais infectados haviam se aproximado,e foi isso que nos obrigou a seguirmos caminhos diferentes.
Não sei como minha família está,nem onde ela está.
Não estou me sentindo bem pra falar disso...acho que amanhã eu continuo...

2 comentários:

  1. olha ... ta bem legal ! .. mas de mais enfase a família manja ... tipo algo mais dramático, por que no fundo ta parecendo que você quer por um moleque de 14 anos como herói.

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