3 de julho de 2011

Diário - 11º Registro... Uma esperança

Consegui escrever de novo.
Quase morri hoje.Quase vi minha famíllia morrer.
Ví pela janelinha do depósito que só tinham 4 infectados fora do mercado,e 2 deles estava longe,então saímos do mercado.
Assim que a porta se levantou,o primeiro pulou  pra dentro,e ficou de frente com meu irmão mais velho,Alex,que afundou um martelo na testa dele.
O 2º estava a três metros,e com a porta já levantada,veio direto em minha direção...foi a primeira vez que matei um deles.Foi muito estranho.
Eu estava com uma faca de uns 30 centímetros,só por precaução,mas eu vi que ela já estava perto demais,e seria impossível para alguém da minha família me ajudar naquele momento.Era matar ou morrer.
Desesperadamente,a magra mulher ergueu os braços e acho que senti suas mãos tocarem meus ombros,mas me abaixei e apenas levantei a faca com toda a minha força,tentando acertar seu queixo por baixo.Senti que a faca tremeu ao acertar sua carne,e deslizou até tocar alguma parte interna de seu crânio.Na mesma hora minha mão travou,então larguei a faca,e me afastei.O corpo dela caiu,produzindo um baque surdo no chão.
Tudo isso deve ter acontecido em 2 ou 3 segundos,e os infectados que estavam longe da porta do mercado já estavam perto.
Enquanto meus irmãos e meu pai se atracavam com eles,peguei minha cadelinha e chamei minha mãe,indo em direção ao carro.Já abri a porta e joguei a Belinha lá dentro,e esperei minha mãe entrar.
Logo depois já olhei para a avenida e vi uns 15 a 20 infectados espalhados por ela,eles já se aproximavam,atraídos por todo barulho.
Quando me voltei para a porta do mercado,meu pai e meus irmãos já vinham para o carro.
Assim que o carro funcionou,aquela multidão ensanguentada atingiu a parte de trás dele,e quase cercaram o carro,quando meu pai acelerou.
Fomos em direção ao bairro do Aricanduva,e agora,estamos dentro de um CEU.
O portão estava fechado com uma grande corrente,e o carro a arrebentou,quando acertou o portão.Assim que entramos,todos desceram do carro,menosmeu pai que ficou no volante.Como o portão só abria para dentro,fechamos ele e meu pai deixou o carro na frente,impossibilitando a entrada de alguém por ali.Naquele momento,ao ouvir o barulho do motor,percebi o quanto a cidade está silenciosa.O ronco do motor do pequeno Uno cinza ecoou por toda a região,e foi possível ouví-lo por mais uns 5 segundos.
Com certeza,viriam mais daqueles infectados.
Quando voltamos nossa atenção para a escola,vimos uns vultos se mexerem dentro das sombras do prédio.
Todos nós nos preparamos para o pior.
Na mesma hora,um homem surgiu das sombras rapidamente,e sua imagem começou a ficar nítida na fraca luz do sol.
Era uma pessoa de verdade.E estava armada...
Logo,várias outras pessoas surgiam atrás dele.Incrédulos,todos da minha família e eu apenas observávamos aquela cena.
De repente o homem que estava armado levantou o seu fuzil.Percebi o que ia acontecer e gritei:
-Pare!Pare!Somos humanos!!!
Minha voz pareceu extremamente alta e esguelada.
O homem não abaixou a arma,mas parecia que tinha desistido do que ia fazer...
Olhou para trás,para a multidão que estava atrás dele,que começava a falar simultâneamente.Lentamente foi abaixando a arma.
Meu Deus...estou morrendo de sono,não durmo há 3 dias.Continuo a escrever amanhã.
O importante é que estou seguro...
03/06/2011

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